Uns o chamam de acordeão, para outros ele é a gaita e há até aqueles que o denominam de fole. Mas é com o nome de sanfona que esse instrumento milenar se tornou popular, especialmente no interior do Brasil. A sua versatilidade em estar presente em praticamente todos os gêneros musicais, seja o erudito, pop ou tradicional, é a sua marca registrada. Tango, choro, forró, polca, valsa e agora, mais do que nunca, a sanfona recuperou o seu devido espaço na música sertaneja.
– Os caipiras mesmo, como o Trio Parada Dura, Tonico e Tinoco, sempre prestigiaram o clássico instrumento. A juventude acabou redescobrindo a sanfona com o forró universitário e agora com o sertanejo universitário – acredita o sanfoneiro Pedro Mattana, 28 anos, que toca com a dupla Zezé di Camargo & Luciano.
Paulinho Marques, 29 anos, professor e acordeonista, diz que o tecladista acabou ocupando o espaço do sanfoneiro no passado recente, e que, agora, é exatamente o contrário que está acontecendo.
– O acordeão invadiu a música brasileira como um todo. Você praticamente nem vê mais tecladistas nas bandas que tocam com as duplas. Virou moda mesmo. Alguém começou a colocar a sanfona, e aí todos os artistas acompanharam – conta Marques que, apesar da pouca idade, é considerado já um mestre para a nova geração de sanfoneiros.
Entretanto, o que faz da sanfona ser tão única e ter a capacidade de encantar tanta gente? O professor de tecnologia em música e acordeão da Escola de Música de Brasília, Eugênio Matos, acredita que a sanfona, ou acordeão, guarda uma expressividade e uma intensidade raras, além das várias possibilidades de sons. Por isso, ela mantém admiradores.
Matos explica que nos anos 1980 e 1990, a música eletrônica, e todos os seus sintetizadores, produzindo uma infinidade de sons, abriu uma vasta possibilidade para os arranjadores e os músicos de estúdio. Mas, aos poucos, os seguidores do eletrônico perceberam como o som produzido aqui é o mesmo do outro lado do mundo.
– Não tinha mais como variar e aí abriu uma brecha para que instrumentos como o acordeão voltassem com carga total – diz.
Nova geração de sanfoneiros desponta no país
Uma nova geração de sanfoneiros tem despontado Brasil afora para continuar encantando plateias assim como fizeram ou ainda fazem Dominguinhos, Mario Zan, Sivuca, Hermeto Pascoal, Oswaldinho do acordeão, entre outros. Com apenas 20 anos de idade, sendo seis dedicados à sanfona, Gustavo Beltrão é o sanfoneiro oficial da dupla Chico Rey & Paraná.
Ele começou a tocar o instrumento por acaso. Um tio esqueceu o acordeão de estimação na sua casa e foi ali que iniciou os primeiros acordes. E não parou mais.
– A época (2004) coincidiu com a exibição da novela América, da Globo, que tratava desse universo rural. Acho que foi ali que tudo recomeçou. Hoje, uma dupla que não tem sanfona é até desvalorizada – defende.
Fonte: Sertanejada.com
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Sanfonas voltam a fazer parte do universo sertanejo e Ganham Fôlego
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
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